domingo, 7 de novembro de 2010

Deixa isso pra lá...

Ontem me arrisquei em mais umas de minhas aventuras culturais e fui até o Teatro Fecap ver o show em homenagem aos 50 anos de carreira de Jair Rodrigues.


E a frase “Deixa que digam, que pensem e que falem” do primeiro rap brasileiro “Deixa Isso Pra Lá” gravado por ele em 64, define bem este momento, pois quando comentei com algumas pessoas que iria vê-lo, ouvi comentários tortos, certamente por acharem que o que é velho, não é bom.



E em meio a uma plateia totalmente diversificada, que ia de crianças a idosos, me encantei com a desenvoltura, talento e fôlego desse grande artista, que como ele mesmo disse, não se envergonha em dizer que já está com 71 anos.

Jair cantou, dançou, fez piadas, desceu a plateia, plantou bananeira. Cantou em espanhol, italiano e até em japonês. Foi de Pixinguinha a Roberta Miranda, relembrando seus maiores sucessos, e num momento mais marcante, apontou ao longe, dizendo que uma amiga iria cantar com ele, algumas pessoas chegaram a olhar para trás a procura. E no seu mais bom humor, Jair evocou Elis Regina, convidando a para subir ao palco: ”Vocês não estão vendo, mas eu estou! Minha amiga Elis está aqui!” E ali ficou, trocando ideias ilusórias com ela, até encher de emoção todo o teatro, cantando a linda “Arrastão” de Edu Lobo e Vinicius de Moraes.



Sai de lá de alma lavada, com toda aquela energia saindo pelos poros, mais certa do que nunca do quanto vale a pena não renegar seus gostos e poder ter momentos como esses registrados na memória para sempre.

Arrastão

Elis Regina

Composição: Edu Lobo e Vinicius de Moraes
 
Eh! tem jangada no mar
Eh! eh! eh! Hoje tem arrastão
Eh! Todo mundo pescar
Chega de sombra e João Jô viu

Olha o arrastão entrando no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá prá mim
Olha o arrastão entrando no mar sem fim
É meu irmão me traz Iemanjá prá mim

Minha Santa Bárbara me abençoai
Quero me casar com Janaína
Eh! Puxa bem devagar
Eh! eh! eh! Já vem vindo o arrastão
Eh! É a rainha do mar
Vem, vem na rede João prá mim

Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto peixe assim
Valha-me meu Nosso Senhor do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto peixe assim

Fonte: letras.terra

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