quarta-feira, 27 de abril de 2011

Encontros Inusitados

E não é que em meio a euforia de minha viagem de férias, esbarro com Dinho Nunes nos corredores do aeroporto. Nesse imenso mundo que é São Paulo, é mesmo gratificante poder reencontrar pessoas bacanas, poder trocar ideias e o melhor, nem ver o tempo passar quando ainda nos resta algumas horas para o embarque.

Dinho, como já disse antes é músico, e tem na família o baixista Fernando Nunes, que hoje faz parte da banda de Zeca Baleiro.

Conversa vai, conversa vem, ele me pergunta se já tenho seu disco, com um não como resposta, ele busca nos bolsos de sua mala, e lá está, um único CD esperando para chegar as minhas mãos. Passei uma semana com o CD na mochila, com muita vontade de poder ouví-lo, mas só pude fazê-lo quando cheguei em casa, aliás, uma das primeiras coisas que fiz.

Abduzido é o nome do disco, lançado há um ano e que traz em suas 12 faixas, uma pitada de reggae, rock, romance e pop. Um novo nome da música brasileira que chega por aí e que vale muito a pena ser conhecido.



1 - Quase Zen
2 - É Tudo Que a Gente Quer
3 - Eu Acredito
4 - Amar
5- Chegou o Sol
6- Jeito de Viver
7- Dia de Festa
8 - Happy Blues
9 - Pop
10-Abduzido
11- Tao te Ching
12- Ser Feliz




Amar
Dinho Nunes / Fernando Nunes

Uhuhu, uhuhu
Quando você me ouviu cantar
Jamais imaginei 
Que os ventos iriam mudar
Que os meus olhos íam brilhar
Sempre ao te ver

E o tempo assim parou
Pra gente entender
Que amar é bom
Abra as portas do castelo
Não há nada mais o que temer

Eu digo sim, às vezes você diz que não
Pois já maltrataram tanto o seu coração
Outros dizem que, isso pode ser ruim
Que não vá correr o risco pra ser feliz
Uhuhu

E a mensagem que chegou
Veio como um beijo
A distância aproximou
Você aqui no meu peito

Tudo certo bem mais perto
Sem medo e sem pudor
Que amar é bom
Sem os muros do castelo
Tudo se transmutará em amor

Eu digo sim, às vezes você diz que não
Pois já maltraram tanto o seu coração
Outros dizem que, isso pode ser ruim
Que não vá correr o risco pra ser feliz

Uhuhu

Se o universo já conspirou
O verão acaba e o sol não vai se pôr

Isso nos faz viajar
E então percebemos
Que amar é bom
Te salvarei da torre do castelo
E pra sempre desta dor

Eu digo sim, às vezes você diz que não
Pois já maltraram tanto o seu coração
Outros dizem que, isso pode ser ruim
Que não vá correr o risco pra ser feliz

Uhuhu

sábado, 9 de abril de 2011

Belas histórias pra contar...

Em meados de março, depois que escrevi sobre o livro Histórias de Canções: Toquinho, recebi um comentário super especial de ninguém menos que Wagner Homem, um dos autores do livro. Como relatei antes, a obra sobre as histórias das composições de Toquinho, relatadas neste livro, é de autoria dele com João Carlos Pecci.

E neste comentário Wagner me convidou para uma apresentação, que está em cartaz até o final de abril, no teatro da Livriaria da Vila, no Shopping Cidade Jardim, onde ele narra um pouco dessas histórias.




Certa de que um convite como esse era realmente irrecusável, no último domingo estive lá para prestigiá-lo. E se ler o livro já havia sido uma ótima experiência, ter algumas destas ótimas histórias comentadas por Wagner, foi realmente um complemento e tanto. E como se não bastasse, além da participação de João Carlos Pecci em chamadas num telão, também me encantei com o lindo trabalho do jovem músico Bruno De La Rosa.

Além da semelhança de Bruno com Toquinho, seu talento é surpreendente, e pesquisando um pouco sobre sua história musical, soube que em uma de suas primeiras aparições públicas, o dono de um estabelecimento confundiu o seu toque no violão com um disco de Toquinho, que poderia estar tocando no momento, tamanha a perfeição.




O entrosamento de Wagner e Bruno no palco é perfeito, as narrativas são complementadas com belas canções, tornando se impossível não cantar junto, e adentrar anos atrás, quando tantas belas canções fizeram parte da carreira deste grande ícone da música que é Toquinho.





 
E no final, além de um agradável bate papo, ainda consegui autógrafos no meu livro.

Local: Livraria da Vila
Shopping Cidade Jardim 
Avenida Magalhães de Castro, 12.000
Data/Horário: Domingos às 18h; até 30 de Abril
Classificação indicativa: 12 anos
Ingresso: R$ 40,00 inteira e R$ 20,00 meia

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quando o Canto é Reza

E diante da energia de um fã, que se encanta ao encontar e prestigiar seu ídolo, trago aqui direto de Aracaju - SE, o primeiro post colaborativo do Ultra Som:



Roberta Sá mostra mais uma vez, com maestria, a riqueza e a grandiosidade da nossa música.
Por Aldemir Barros


Ouvir Roberta Sá sempre foi um deleite para mente, corpo, alma e, é claro, ouvidos. Desde que, certa vez, mudando de canal pra ver se acharia algo interessante na tv, vi uma moça de voz afinada, melodiosa e de um timbre ímpar sendo entrevistada pela Patrícia Palumbo no programa Conversa Afinada, me encantei com tamanha simpatia e doçura na voz daquela moça bonita, cheia de vontade de cantar e, consequentemente, enriquecer nossa Música Popular Brasileira.

Desde o álbum “Braseiro”, quando escutei ‘A vizinha do Lado’, ‘Ah, Se eu Vou’, ‘Eu Sambo Mesmo’, ‘Pelas Tabelas’, não parei mais de escutar Roberta Sá!  Sei que a jovem cantora potiguar é bastante dedicada ao que faz e que a cada novo projeto, como o mais recente intitulado “Quando o Canto é Reza”, lançado em agosto de 2010 no Teatro Castro Alves, em Salvador, feito em homenagem ao compositor baiano Roque Ferreira, há muito trabalho de pesquisa, dedicação e amor pelo que está sendo feito, ela mesma falou em entrevista à TV Sergipe, enquanto esteve por aqui esses dias, que até hoje estuda bastante a música, o canto, enfim... 




É por isso que o resultado é tão positivo, é por isso que, acompanhada por dois percussionistas e pelo Trio Madeira Brasil: Marcello Gonçalves (violão de sete cordas), Zé Paulo Becker (violão e viola caipira) e Ronaldo do Bandolim, que também tem um trabalho independente, lotou o Teatro Tobias Barreto aqui em Aracaju por dois dias consecutivos, com um álbum totalmente novo, mesmo com todas as músicas inéditas, o que causa uma certa estranheza aos ouvidos já acostumados com as músicas mais “antigas” da cantora, ainda assim foi aplaudida de pé! 

E se cantasse alguma canção de qualquer outro álbum anterior, com certeza estaria Na Ponta da Língua (coube aqui o trocadilho para a banda sergipana que abriu o show da Roberta: Na Ponta da Língua) da plateia que mesmo sem saber direito as novas músicas interagiu bastante! Ela realmente é muito querida e o faz por merecer. Será, com certeza, muito bem vinda quando e quantas vezes quiser voltar às terras sergipanas.







 


Fontes e Fotos sergipanas: Aldemir Barros

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ah, se eu tivesse uma viola!


E trago aqui mais uma de minhas belas experiências, o provilégio de poder ver Edu Lobo no palco do Sesc Belenzinho, alguém que há 40 anos representa tão bem a nossa música e continua encantando e emocionando.




Justamente quando ainda carregava comigo as imagens do documentário Uma Noite em 67, que vi há poucas semanas atrás e que traz relatos daquele ano tão especial para a música brasileira, e que em uma próxima oportunidade falarei mais, pois vale muito a pena ser visto, onde me surpreendi com a aclamação a Edu Lobo e sua Ponteio.





A sensação era de estar vendo uma lenda da música, com alegria de tê-lo tão presente...

Edu Lobo contou histórias, explicou quase todas as canções e simplesmente cantou...







E num desses relatos se explicou do porquê cantaria a linda Beatriz, uma vez que segundo ele, as melhores gravações já foram feitas, e na melhor explicação, disse que ele como o autor da canção, tinha todo o direito de cantá-la. E o fez num dos momentos mais emocionantes de sua apresenatação...






Assim foi Edu Lobo, um ícone, expressando o que há de melhor na nossa legítima música brasileira!





Ponteio

Edu Lobo

Composição : Edu Lobo/ Capinam

Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse o amor ou dinheiro...

Era um, era dois, era cem
Vieram prá me perguntar:
"Ô voce, de onde vai
de onde vem?
Diga logo o que tem
Prá contar"...

Parado no meio do mundo
Senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
Nem sombra, nem sol
Nem vento...

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar...(4x)

Prá cantar!

Era um dia, era claro
Quase meio
Era um canto falado
Sem ponteio
Violência, viola
Violeiro
Era morte redor
Mundo inteiro...

Era um dia, era claro
Quase meio
Tinha um que jurou
Me quebrar
Mas não lembro de dor
Nem receio
Só sabia das ondas do mar...

Jogaram a viola no mundo
Mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola
Ponteio!
Meu canto não posso parar
Não!...

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar, prá cantar
Ponteio!...(4x)

Pontiarrrrrrrr!

Era um, era dois, era cem
Era um dia, era claro
Quase meio
Encerrar meu cantar
Já convém
Prometendo um novo ponteio
Certo dia que sei
Por inteiro
Eu espero não vá demorar
Esse dia estou certo que vem
Digo logo o que vim
Prá buscar
Correndo no meio do mundo
Não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
E um novo lugar prá cantar...

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar
Ponteio!...(4x)

Lá, láia, láia, láia...
Lá, láia, láia, láia...
Lá, láia, láia, láia...

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá cantar
Ponteio!...(4x)

Prá cantar
Pontiaaaaarrr!...(4x)

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola
Prá Cantar!

terça-feira, 5 de abril de 2011

De volta aos tempos da pilantragem...

E lá fui eu, mais uma vez prestigiar Max de Castro e Wilson Simoninha com o famoso Baile do Simonal.














Como já conhecedora do show sabia que iria me divertir muito e me encantar com o talento herdado do pai, Wilson Simonal, por esses meninos que brilham no palco.

Grandes sucessos foram relembrados, "Mamãe Passou Açúcar em Mim", "Balanço Zona Sul", "Meu Limão Meu Limoeiro" e tantos outros...















De energia contagiante o show nos leva aos bons tempos dos grandes bailes e extrai o que há de melhor na história deste astro que encerrou a carreira quase num ostracismo, devido a um mal entendido ocorrido nos tempos da ditadura, como fora relatado no documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, lançado em 2008.   

Mas como o momento era de homenagem, o clima de festa e alegria tomou conta de todos.






















Difícil mesmo foi manter-se parada para fazer o vídeo abaixo na dançante "Sá Marina":



Sá Marina

Wilson Simonal

Composição : Antônio Adolfo - Tibério Gaspar

Descendo a rua da ladeira
Só quem viu, que pode contar
Cheirando a flôr de laranjeira
Sá Marina vem prá dançar...

De saia branca costumeira
Gira ao sol, que parou prá olhar
Com seu jeitinho tão faceira
Fez o povo inteiro cantar...

Roda pela vida afora
E põe prá fora esta alegria
Canta que amanhece o dia
Prá se cantar
Gira, que essa gente aflita
Se agita e segue no seu passo
Mostra toda essa poesia do olhar
Huuuuuuummmm!...

Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar...

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

Oh!
Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar...

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Toquinho e Claudette Soares

E ainda falando do projeto do Centro Cultural São Paulo, Johnny Alf - A Bossa e Outros Tons, outra apresentação que fui prestigiar foi a de Toquinho e Claudette Soares, desta vez sem muita expectativa, mas aproveitando a oportunidade de ver um de meus grandes ídolos.

Claudete Soares, a primeira a se apresentar, se destacou com algumas canções de Johnny. Com sua voz impecável e nitidamente emocionada relembrou também algumas de suas gravações, como a linda interpretação de "De Tanto Amor" de Roberto e Erasmo Carlos.




 
Toquinho entrou em seguida, e com o mais lindo dedilhar de violão, cantou muitos de seus clássicos, indo de "De Como Dizia o Poeta", sua primeira composição com Vinicius, "Que Maravilha", "O Caderno", e pra minha surpersa, até mesmo "O Pato (Lá Vem o Pato)".









Num bate papo descontraído, revelou que já fora apaixonado por Claudette Soares, e que na época ela o rejeitou, o chamando de "Meu Menino Jesus"... Devido os cabelos compridos e bigode que Toquinho usava na época...







Ao final, ainda esperei, para ver se conseguia trocar algumas palavras com ele, fazer uma foto e conseguir um autógrafo em meu livro "Histórias de Canções - Toquinho", de João Carlos Pecci e Wagner Homem, mas ele não saiu para cumprimentar os fãs... Mas como há sempre compensações, só o fato de poder vê-lo e ouví-lo, já foi extremamente gratificante.










O Caderno

Toquinho

Composição : Toquinho / Mutinho

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...(2x)