segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ed Motta de bem com a vida!

Ed Motta é pra mim um daqueles artistas completos, e vê-lo no palco com tamanho entrosamento e bom humor foi no mínimo surpreendente. Digo isso porque a primeira vez que vi uma apresentação sua, sai de lá um tanto quanto decepcionada. Ele pouco interagiu, dando a impressão de estar num momento dele, para ele mesmo.



Mas como a arte fala mais alto e o coração de fã sempre pede para ver de novo e tentar tirar novas conclusões, lá fui eu, com pouca expectativa, mas acreditando que ao menos suas músicas iriam me satisfazer.

O show de divulgação do seu novo trabalho "Piquenique" contou também com alguns de seus grandes sucessos como "Manoel", "Colombina", "Tem Espaço na Van" e tantas outras. Pra completar ainda nos deu o privilégio de cantar pela primeira vez num show, a sua versão para a canção tema do filme Tarzan, originalmente garavada por Phill Collins, a bela "No Meu Coração Você Vai Sempre Estar" (You'll Be In My Heart).




E Ed foi além, sorriu, brincou, regeu sua banda e seu público. Um teatro lotado o ovacionou e como eu, certamente saiu de lá certo de que a noite valera a pena.

Abaixo o vídeo que Ed Motta pediu, em seu melhor humor, que todos os presentes filmassem com seus equipamentos caseiros ou não e o enviasse, pois ele gostaria de ter registrado este momento histórico em todos os ângulos possíveis e sem o nervosismo existente quando se grava um DVD.








No Meu Coração Você Vai Sempre Estar
Ed Motta

Não tenha medo
pare de chorar,
me dê a mão,
venha cá
Vou proteger-te de todo mal, não há razão pra chorar
No seu olhar,
eu posso ver,
a força pra lutar
e pra vencer
O amor nos une, para sempre,
não há razão pra chorar

Pois no meu coração,
você vai sempre estar
O meu amor, contigo vai seguir
No meu coração, aonde quer que eu vá
Você vai sempre estar, aqui

Por que não podem ver o nosso amor?
Por que o medo por que a dor?
Se as diferenças não nos separam
Ninguém vai nos separar.

E no meu coração, você vai sempre estar
O meu amor, contigo
vai seguir

Não deixe ninguém,
tentar lhe mostrar
Que o nosso amor não vai durar
Eles vão ver, eu sei...
Pois quando o destino,
vem nos chamar
(vem nos chamar)
Até separados é preciso lutar
Eles vão ver, eu sei...
Nós vamos provar que...

No meu coração,
eu sei você vai
sempre estar
Eu juro que o meu amor, contigo vai seguir
No meu coração
(dentro do meu coração),
aonde quer que eu vá
Você vai sempre estar, aqui... Aqui... Para sempre...
Meu amor, vai contigo, sempre contigo...

Basta fechar os olhos
É só fechar os olhos
Quando fechar olhos
Vou estar... Aqui...!

sábado, 13 de agosto de 2011

Eternamente doces!

Sabe àquelas relíquias que temos em um cantinho da casa, mas que nunca nos damos conta da importância que tudo àquilo representa?!? Pois é, neste último final de semana descobri mais uma dessas preciosidades em meu "acervo cultural".

O achado da vez foi o DVD produzido por Andrucha Waddington intitulado "Outros (doces) Bárbaros". Obra esta que resgata o histórico encontro de Maria Bethania, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa.

Capa do Documentário lançado em 1976
Confesso que há uns cinco anos atrás quando ganhei este DVD ao fazer uma assinatura de jornal, não sabia que em um momento lá na marcante década de 70, as quatro vozes mais importantes da nossa música se uniram para comemorar juntos os dez anos de carreira solo de cada componente. 

E que como afirmou Gilberto Gil, deixaram que o público acreditassem que naquele momento eles eram um grupo.

Doces Bárbaros nasceu assim, em tom de comemoração e também de protesto, pois assim como hoje, naquela época se via muito preconceito com os nordestinos e com os "novos baianos". 


A semelhaça com o aclamado grupo liderado por Moraes Moreira é tão grande que em um dado momento uma repórter os chama assim, e em meio a muitas risdas, Gil complementa que essa confusão sempre aconteceu e que o nome fora proposital para se mostrarem aliados a toda a cultura baiana, jovem e rebelde que despontava na época.

O disco que fora lançado naquele ano e que também virou um documentário dirigido por Jom Tob Azulay foi duramente criticado, mas hoje é considerado uma obra prima.

E é isso que Adrucha tenta passar neste seu trabalho lançado em 2004. Há um enredo por detrás de um show comemorativo, sendo possível ouvir histórias marcantes do quarteto, imagens de estúdio e ensaios, além de músicas belíssimas numa ótima produção.

Título DVD: Outros Doces Bárbaros
Fornecedor: BISCOITO FINO
Ano de Produção: 2002 
Direção: Andrucha Waddington 
 



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Trilha certa!

Há tempos não me apego a trilhas sonoras de novelas, afinal já não se fazem mais trilhas, muito menos novelas como antigamente. Mas a curiosidade me levou a uma bela descoberta.

A abertura da atual novela das 18h da TV Globo "Cordel Encantado", traz a bela "Minha Princesa Cordel" composta para a obra por Gilberto Gil, que faz um belo dueto com Roberta Sá, canção que já me encantou desde a primeira vez que ouvi. 

Mas foi só depois de ver Filipe Catto no Cultura Livre, cantando uma de suas canções que também faz parte da trilha, além de seus comentários sobre todos os nomes que completavam este trabalho, que resolvi buscar pelo disco completo.

A trilha vem recheada de grandes nomes que vai de Lenine, Zé Ramalho a Luiz Gonzaga, misturando-se com as jovens vozes de Maria Gadu, Karina Buhr e Otto, com canções que em sua maioria remetem ao mundo sertanejo, cenário central da história.

Talvez realmente não haja mais o encanto "telenovelísitco" que existia há anos atrás, mas sempre vale a pena uma seleção bem elaborada de belas vozes e canções


- “Minha princesa” (Gilberto Gil e participação Roberta Sá)

- “Bela flor” (Maria Gadú)
- “Quando assim” (Nuria Mallena)
- “Candeeiro encantado” (Lenine)
- “Maracatu atômico” (Chico Science e Nação Zumbi)
- “Chão de giz” (Zé Ramalho)
- “Saga” (Felipe Catto)
- “Circuladô de fulô” (Caetano Veloso)
- “Tum, tum, Tum” (Karina Buhr)
- “Coração” (Monique Kessous)
- “Na primeira manhã” (Alceu Valença)
- “Melodia sentimental” (Djavan)
- “Estrela miúda” (Maria Bethânia)
- “Carcará” (Otto)
- “Rei José” (Silvério Pessoa)
- “Xamêgo” (Luiz Gonzaga)

domingo, 24 de julho de 2011

Triste fim...

Amy Winehouse é o assunto da vez, a mídia está toda voltada para a tragédia anunciada, da jovem talentosa, problemática e polêmica que aos 27 anos perdeu o controle de sua própria vida.

Histórias e homenagens a parte, o que trago aqui é um pouco do que Amy representou, ou representa pra mim...

Eu a ouvia no rádio há uns anos atrás e não sabia quem era, suas canções me remetiam as cantoras soul de décadas atrás, e eu acreditava mesmo que se tratava de alguém bem mais madura... Até que um dia me deparei com uma cena na TV: eram imagens de um show onde uma jovem se apresentava totalmente embriagada, nitidamente fora da realidade que aquele momento deveria representar para ela.

Comecei então a prestar atenção na música que ela se esforçava para lembrar a letra e eis que me choco, àquela era a voz que eu tanto ouvia, que aos poucos eu aprendia a admirar, mas que não se encaixava com àquela pessoa.

A partir dali perdi toda e qualquer motivação em continuar admirando seu trabalho, sei que pode ter sido um grande preconceito de minha parte, mas não era o tipo de ídolo que eu queria pra mim.

Amy Jade Winehouse  (14/09/1983 - 23/07/2011)

Os escândalos maiores vieram depois, e eu os acompanhava com sincero desprezo e tristeza, era o que se podia esperar... Reconheço seu talento, seu estilio único que jamais será alcançado, mas infelizmente neste mundo onde há tantos obstáculos e tentações, os fracos não sobrevivem.

O mundo chora a perda de Amy, e eu por ter certeza que ela não será a última a se perder em meio ao vício e descontrole de suas ações. É mais uma forma de entedermos o quão importante é preservarmos o que temos de mais precioso, a vida .

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Além das ondas do rádio...

Cultura Livre é um programa apresentado por Roberta Martinelli transmitido pela Rádio Cultura AM, àquela já muitas vezes citrada por aqui, que visa mostrar a contemporaneidade de nossa música de forma descontraída, com entrevistas, interatividade, bom humor e muita música.

Roberta entrevista Tiê
Mas o que acontece quando câmeras invadem o estúdios, mudam o foco e resolvem jogar todo esse conteúdo na TV? A resposta agora é dada todos os dias na TV Cultura às 20h, que desde o último 11 de julho, segunda-feira, passou a transmitir o Cultura Livre na TV, comandado pela mesma Roberta Martinelli e que mesmo com ainda só 15 minustos diários de "fama", tem mostrado que tanto no rádio quanto na TV o programa é um sucesso.

E ninguém melhor para falar sobre esta novidade do que a porta voz principal deste projeto. Para os fãs de música brasileira, de mídia, de radio e também de TV, segue aí a entrevista que Roberta Martinelli concedeu ao meu humilde Ultra Som:

Participação de Romulo Fróes no Cultura Livre
Ultra Som: Cultura Livre é um projeto seu? Como ele surgiu?
Roberta Martinelli: O Cultura Livre faz 2 anos na Rádio Cultura Brasil agora em setembro e surgiu da necessidade de mostrar o que acontecia na música brasileira atual. Chega de saudades! Já virou lugar-comum as pessoas dizerem que "não se faz mais música como antigamente" e talvez não se faça mais música do modo como se fazia, mas se faz muita música hoje e de qualidade. O projeto começa comigo, Ronaldo Evangelista (jornalista), Biancamaria Binazzi, Lívia Libâneo, Juliana Leite e Lucas Rangel. E seguiu em várias formações diferentes. A equipe atual na rádio sou eu, Lila Mesquita e Lia Machado Alvim mais a incrível equipe da TV.

Ultra Som: Cultura Livre na TV é algo há muito tempo imaginado e planejado?
R.M.: Cultura Livre na TV é algo há muito tempo sonhado, mas a realização foi muito rápida. Tudo começa com as vinhetas feitas pelo Iphone (eu + Lila Mesquita), começamos a gravar para divulgar mais os nossos convidados nas redes socias. Eduardo Brandini, gerente de multimídia da Cultura viu as vinhetas e gravamos um piloto e daí em diante foi só alegria.

Ultra Som: Além de trazer ao público televisivo a qualidade do trabalho já produzido no rádio, qual o principal objetivo deste projeto?
R.M.: A Rádio Cultura Brasil é, modéstia à parte, uma preciosidade que tem um alcance limitado por ser AM. Ouvir rádio AM é um costume quase retrô já, e poucos sabem que dá para ouvir pela internet. Além de levar o rádio para tv, a música de hoje merece um espaço cada vez maior. O Cultura Livre só existe porque a música vive uma fase de ouro e isso deve ser espalhado. Além disso a dança transmídia que acontece agora é uma delícia, é um programa de rádio com interação pela internet, televisionado e gravado por celular, uma loucura.

Ultra Som: Há uns dias li no "chatline" um comentário do tipo: "é estranho, a Roberta agora tem  que apresentar  maquiada". Além da maquiagem, o que mais mudou na apresentação do programa após o início das captações das imagens para a TV? 

R.M.: A maquiagem, o figurino, essas coisas mudam. Além disso temos luz no estúdio e câmeras (celulares). A ideia e a preocupação é que o Cultura Livre não perca a informalidade mesmo com tudo isso e acho que está rolando bem. Já tinhamos a câmera que transmite pela internet, agora tem mais gente.

Ultra Som: Como os convidados tem aceitado a novidade?
R.M.: Os convidados estão felizes com mais este espaço. É muito legal que assim como acontece na música hoje este momento colaborativo (um mesmo músico toca em várias bandas, um artista faz participações em discos e shows) também ocorre aqui. Sem eles nada disso estaria acontecendo, estamos num mesmo barco. 

Ultra Som: Para alguns o fato de ter uma câmera no estúdio já é algo que muda muito o conceito do rádio, quando muitos se contentavam em só ouvir os locutores e imaginar suas feições, agora tudo estará mais do que exposto na TV. Como você tem visto a aceitação de seus ouvintes e como espera que seja a aceitação do público em geral?
R.M: Os ouvintes que acompanham a Rádio Cultura Brasil já nos "desvendaram" faz tempo. Quando entrou a câmera com transmissão pela internet tivemos uma semana de pura diversão, experimentação...  Era uma novidade: "Nossa, agora estamos sendo vistos"! E as relações se estreitam muito no nosso "chatline", ficamos próximos, sabemos da vida uns dos outros, então o Cultura Livre na TV foi muito comemorado "Agora mais gente vai conhecer isso que a gente já conhece há tanto tempo" me parece a primeira reação dos ouvintes mais fiéis. E o público da TV ainda não sei, espero que seja tão bem recebido como no rádio.

Ultra Som: Já havia se imaginado como apresentadora de TV?
R.M: Já tinha sim, mas não que conseguiria isso com o Cultura Livre que é um projeto que eu acredito e luto muito. Isso ainda é mágico demais para mim.
  
Ultra Som: Celulares, Ipads, chat's, skype, interatividade, vem mais novidades por aí?
R.M: Nossa. Não sei. Com esta equipe toda ninguém segura...hahahaha! 

Ultra Som: Para finalizar, não poderia perder a oportunidade: Cultura Livre por Roberta Martinelli... 
R.M: Cultura Livre é hoje! É o que acontece agora! É liberdade do radinho de pilha para a TV! É o que já deveria ser há tempos!


Todas as fotos foram cedidas por Roberta Martinelli