quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Me falta o Tom...

Quando Tom Jobim partiu em 8 de dezembro de 1994, há dezesseis anos atrás eu tinha apenas 13, e certamente não vivi sua melhor época. Mas lendo um pouco de sua biografia pude notar que em seus quase 50 anos de carreira, todas as décadas que contaram com sua presença foram marcantes.

Desde o início, quando abandonou o curso de arquitetura, no final da década de 40, pra se dedicar a música, às parcerias com Vinicius de Moraes, Toquinho, Chico Buarque e Frank Sinatra, encontro esse que lhe rendeu um dos álbuns mais vendidos. O disco “Albert Francis Sinatra & Antonio Carlos Jobim”, gravado em 67, só perdeu para “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles.

De problemas com a ditadura, a clássicos como Garota de Ipanema e Águas de Março, que só no ano de seu lançamento, em 75, teve mais de dez versões, sendo uma das mais marcantes a que o próprio Tom divide com Elis Regina.




Enfim, todos os passos de Tom foram marcados por encontros perfeitos, melodias marcantes, poemas e canções inesquecíveis. E como presente, o compositor, maestro, pianista, cantor, arranjador e violinista Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, que trazia o Brasil até no nome, nos deixou a melhor essência da bossa nova.




Águas de Março
Tom Jobim
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira

É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé

São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
pau, pedra, fim, caminho
resto, toco, pouco, sozinho
caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Fonte: letras.terra, wikipédia, Tom Jobim (site oficial)

2 comentários:

  1. Le..ha 16 anos atras eu tinha a sua idade de hoje rs..mas apesar de vc nao viver, conseguiu captar, e colocar aqui em palavras o q o Tom era como vc disse "foram marcados por encontros perfeitos, melodias marcantes" isso era o Tom..parabens pelo blog cada dia melhor..bj

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  2. Nossa Tom realmente faz mt falta, apesar de eu tbm não ter vivido em sua época, mas essa música em especial marcou mt meus tempos de escola... Sempre com as boas escolhas neh Lê....

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